domingo, setembro 07, 2003

continuando a ideia da incerteza:
"Vertigem, rodopio de imagem-acções, tempo desalinhado, querer interrompido, o sonho não concretizado, não era sonho nem pesadelo nem miragem, talvez um oásis de água, incerta para consumo, para consumo da minha insegurança, camuflada por uma peneira , rombos por todos os lados, água a entrar e ainda não entrei na piscina, para acção do jogo, que não me apetece, nunca me apetece iniciar, aqueles terríveis minutos que antecedem tudo, o medo de falhar, fugir para longe e não ser confrontado, corrida de obstáculos em que se passa ao lado, aquilo passa, não há de ser nada, ninguém nota.

Erro de decidir, decidir erros,
Erros da vida, vida de erros,
Erro de acertar, acertar no erro,
Errar o destino, destino de errar, destino errante,
Erro de pensar, pensar tanto sobre o erro.
Nunca errar, como saber sem o conhecer,
Alegria de não errar, o erro da alegria,
O erro de falar de ser erro,
Todos os dias, mesmas perguntas, ainda sem resposta,
Indefinição, não sair para lado nenhum, estagnar na coerência aparente,
Constância de mutação,
Interior, que não compreendemos, os outros menos ainda,
Eu no meio,
Sem saber se errei, se o outro errou, se ambos erramos, se os outros é que estavam errados,
Se o erro é que se enganou." Nuno Carrilho in "oficina de poesia" n#1

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