domingo, setembro 07, 2003

“O sono não é para ele o contrário da vida; o sono é para ele a vida, e a vida é um sonho.
Passa de um sonho a outro como se passasse de uma vida a outra vida” “Xavier vivia de modo muito diferente das outros homens; a vida dele era um sonho; Xavier adormecia e tinha um sonho; dormia nesse sonho e depois sonhava outro sonho e adormecia de novo e tinha mais um sonho ainda; e despertava desse sonho e voltava ao anterior; andava assim de sonho em sonho em sonho e vivia sucessivamente várias vidas; habitava em várias vidas e passava de uma para a outra. Não era maravilhoso viver como vivia Xavier? Não se estar preso numa vida só? Ser-se mortal, é claro, mas mesmo assim ter-se várias vidas?”
“Xavier não vivia uma vida só entendendo-se do nascimento à morte como um longo fio sujo; não vivia a sua vida, mas dormia; nessa vida-sono saltava de um sonho para outro sonho; sonhava, adormecia a sonhar e sonhava ouro sonho, de tal maneira que o seu sonho era como uma caixa na qual entra uma outra caixa ainda, e nesta outra, e assim por diante.” Milan Kundera “A vida não é aqui”
para dar o dia como terminado, à beira dos sonhos, com esta ideia fabulosa dada por Milan kundera, dizendo que apenas terminou uma das vidas, entrou em hibernação para dar lugar a outras e mais outras... se calhar vou sonhar com pessoas desconhecidas, talvez aquela rapariga lida que estava a estudar à minha e que nunca cheguei a conhecer... Hoje à noite tenho um café prometido com ela, espero puder lembrar disso pelá manhã....

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