I
Linhas pretas,
Ou de um qualquer contraste,
Que marque,
Que deixe a sua marca.
Marca?
De quem?
Do escritor?
Mas para que serve,
Deixar uma marca,
Umas palavras desconexas,
Que não são ele,
Nunca serão,
Por mais que ele,
Negue,
Ou que os outros,
O revejam.
Optimismo,
A fingir,
Lágrimas derramadas,
Só na imaginação,
Mundos visitados,
Em sonhos,
Partilhas,
Ilusões.
Apenas ilusões de um mundo,
Que não existe,
Nunca houve,
Que assombra,
O escritor,
E ele jorra,
Em palavras,
Que não são ele,
Nunca serão,
Nem nunca servirão para nada.
Mas existe sempre uma,
Esperança?
Será?
É isso que leva,
A pegar,
Rasgar,
Páginas em branco,
Ou mesmo quadriculadas?
II
Ilusão,
Num punhado de
Letras.
Constrói um plano,
Tal como um arquitecto,
Para as colocar,
“no devido sítio”
- realça ele.
Ele,
E o mundo,
- o dele -,
Ilusões,
Que não separa da realidade,
E por isso,
Separado está,
Dos outros.
Vive,
No interior,
De construções,
Feitas palavras
“rasgos de escuridão”
- afirma ele.
Quem mais,
Para além dele,
Poderá habitar tais,
Construções?
III
Esconde-se,
Num café,
Atrás de portas,
Em casa.
As ruas,
Não são as dele,
As que ele imagina
E idealiza,
Em papeis,
Higiénicos e estéreis.
As pessoas,
São borrões,
Que,
Estragam a beleza,
Do mundo.
Retira-os todos,
Com a borracha,
Como se de,
Linhas,
No sito errado,
Se tratassem.
Olha para o acto,
Contente,
Feliz com a sua obra,
Sobre o vazio,
- existente –
Entre as pessoas.
IV
O ar,
Aquele que separa,
Pessoas,
Em palavras,
“complexas”
- diz ele,
e ele
De si mesmo.
É disso,
Que trata,
Estas palavras,
E tal o são.
Partículas de nada,
Nada para escrever,
Dizer,
Mostrar,
Sentir,
Transmitir.
Pegar nelas,
Palavras,
É pior do que antes,
(nada existia)
Pretensioso no acto,
Frustrado na realização,
De marcar,
Deixá-la,
Para a toda eternidade,
Ou
- menos ganancioso –
Atingir apenas uma alma,
Isto é, um leitor.
V
Marcar,
Com nada,
A nada fica reduzido
- O acto,
Quem escreve,
Quem lê,
Tudo.
VI
Do nada,
Nada pode emergir.
O desejo de movimento parte de,
Materialidades,
já existentes,
Como as palavras.
O nada,
Nada pode dizer,
Através do silêncio.
Para ele,
Nada existe,
E o silêncio
No mundo do nada,
Também não existe,
Nem sequer possui
Palavras,
Para o traduzir,
ou forma de o dizer.
VII
Se deixa marca?
Talvez.
Tentasse,
Sempre,
Com a inutilidade,
E o nada,
Sempre presente.
Uma fuga
Ao vazio,
Do nada,
Do instante imediato,
Do efémero,
Que nunca se deixa de ser.
Linhas pretas,
Ou de um qualquer contraste,
Que marque,
Que deixe a sua marca.
Marca?
De quem?
Do escritor?
Mas para que serve,
Deixar uma marca,
Umas palavras desconexas,
Que não são ele,
Nunca serão,
Por mais que ele,
Negue,
Ou que os outros,
O revejam.
Optimismo,
A fingir,
Lágrimas derramadas,
Só na imaginação,
Mundos visitados,
Em sonhos,
Partilhas,
Ilusões.
Apenas ilusões de um mundo,
Que não existe,
Nunca houve,
Que assombra,
O escritor,
E ele jorra,
Em palavras,
Que não são ele,
Nunca serão,
Nem nunca servirão para nada.
Mas existe sempre uma,
Esperança?
Será?
É isso que leva,
A pegar,
Rasgar,
Páginas em branco,
Ou mesmo quadriculadas?
II
Ilusão,
Num punhado de
Letras.
Constrói um plano,
Tal como um arquitecto,
Para as colocar,
“no devido sítio”
- realça ele.
Ele,
E o mundo,
- o dele -,
Ilusões,
Que não separa da realidade,
E por isso,
Separado está,
Dos outros.
Vive,
No interior,
De construções,
Feitas palavras
“rasgos de escuridão”
- afirma ele.
Quem mais,
Para além dele,
Poderá habitar tais,
Construções?
III
Esconde-se,
Num café,
Atrás de portas,
Em casa.
As ruas,
Não são as dele,
As que ele imagina
E idealiza,
Em papeis,
Higiénicos e estéreis.
As pessoas,
São borrões,
Que,
Estragam a beleza,
Do mundo.
Retira-os todos,
Com a borracha,
Como se de,
Linhas,
No sito errado,
Se tratassem.
Olha para o acto,
Contente,
Feliz com a sua obra,
Sobre o vazio,
- existente –
Entre as pessoas.
IV
O ar,
Aquele que separa,
Pessoas,
Em palavras,
“complexas”
- diz ele,
e ele
De si mesmo.
É disso,
Que trata,
Estas palavras,
E tal o são.
Partículas de nada,
Nada para escrever,
Dizer,
Mostrar,
Sentir,
Transmitir.
Pegar nelas,
Palavras,
É pior do que antes,
(nada existia)
Pretensioso no acto,
Frustrado na realização,
De marcar,
Deixá-la,
Para a toda eternidade,
Ou
- menos ganancioso –
Atingir apenas uma alma,
Isto é, um leitor.
V
Marcar,
Com nada,
A nada fica reduzido
- O acto,
Quem escreve,
Quem lê,
Tudo.
VI
Do nada,
Nada pode emergir.
O desejo de movimento parte de,
Materialidades,
já existentes,
Como as palavras.
O nada,
Nada pode dizer,
Através do silêncio.
Para ele,
Nada existe,
E o silêncio
No mundo do nada,
Também não existe,
Nem sequer possui
Palavras,
Para o traduzir,
ou forma de o dizer.
VII
Se deixa marca?
Talvez.
Tentasse,
Sempre,
Com a inutilidade,
E o nada,
Sempre presente.
Uma fuga
Ao vazio,
Do nada,
Do instante imediato,
Do efémero,
Que nunca se deixa de ser.
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