terça-feira, setembro 30, 2003

A face metade!

Engraçado o que se sente, quando se ouvem certas musicas.
Existem musicas que fazem sentir a paixão, que devolvem esse sentimento, que impelem à paixão. A musica vai seguindo o seu destino, vai tocando segundo a segundo, como mostra o painel digital do leitor de cds, o som continua a bater através das colunas, cantamos sozinhos a letra mas que não sabemos decore, mas pressupomos melosa, sobre a paixão, sobre esse sentimento que se sente agora, devido a esta musica, mágica? Talvez! Esquecemos o passado, os desgostos, as noites mal passadas a pensar na face metade, que nunca existiu, iludimo-nos, repetidamente, por algo que não acreditamos, mas que queremos ter fé em existir e reaparece através daquela musica, de uma forma idílica, sem desgostos, sem medo de sermos magoados, a perfeição na terra... quase, ela, a musica, pode acabar, como todas as relações e todas a faces metades, mas sempre podemos carregar no play para tocar esta ou outra qualquer musica e senti-la outra vez, quando quisermos, quando nos apetecer, somos nós que dominamos a relação, por completo, conseguimos, finalmente, domar os nossos sentimentos. A paixão por outra pessoa, esse alguém que se espera e nunca aparecerá, tal como D. Sebastião e a sua famosa neblina, não vem incluído com um botão de re-play...ou stop, para parar quando nos apetecer.
Ao som de “Almost every Dog” dos Transmissionary Six, senti mais uma vez o que não perdi, apenas encontrei-a noutro sítio, muito longe dos sítios onde nunca me consegui deparar com ela, onde talvez esteja realmente a minha face metade, imaginária, apenas existe no mundo dos sons.

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