sábado, setembro 06, 2003

“Repetir o irrepetível.
Inovar repetindo o inimitável.
Imitar o inovador.
Inovar imitando o irrepetível.
Se calhar, eu próprio já me repito.
Estarei a inovar?
Ou estar-me-ei simplesmente a renovar?
Sou apenas mais um resultado
Do repetido acto de criar.
Por isso, sendo eu pura repetição,
Como posso aspirar
A criar algo que seja inovação?
Seja como for
Vou continuar, re-pe-ti-da-mente,
A procurar no acto repetido de imitar
Algo de inovador.
E mesmo que não inove
Pode ser que consiga provar
Que tão impossível como inovar
É o simples acto de repetir” Tiago Faria in “oficina de poesia” nº 1.

“Puridade
a comunicação é impossível diz ele. como é que sabes digo eu. porque o que eu digo não é devidamente interpretado pelos outros diz ele. como é que sabes digo eu. estudando a interpretação que os outros dão à minha comunicação diz ele. mas como é que sabes a interpretação que os outros dão à tua comunicação digo eu. falando com eles diz ele. mas se a comunicação é impossível digo eu. por isso mesmo é que tu não mentendes diz ele” Alberto Pimenta in “Poesia do mundo”

Poesia feita por companheiro de viagens, vivência, erasmus, oficina de poesia, conversas, copos, etc, e poema de um dos mais corrosivos poéticas, Alberto Pimenta, que tive o prazer de conhecer atrás da “Poesia do Mundo”, que é a publicação de poemas feito por poetas que foram convidados para os encontros internacionais de poesia, organizados pelo departamento de estudos americanos, da faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Nos dias da ressaca, quando ler dois parágrafos custa perceber, um pouco de poesia pode trazer algum antídoto para a letargia….

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