quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Borboletas

Cansado de ser
- ano após ano –
confinado ao tempo dos outros
sou aquele que cansado está!

Passarinhos chilram, chilram…

Um grito de raiva,
De descontentamento,
Contra o rumo,
- no fio da navalha -
com que tento cortar a barba,
cheio de medo de um novo corte,
- em cunha ou em forma de obsessão!

borboletinhas, borboletinhas, tão lindas e formosas….

Muito esforço para agradar,
Relegado para actor principal,
De uma peça que não escolhi,
Sem possível alteração ou devolução.

Flor bela, com cheiro agradável, muito bonita…

Bater com a cabeça na parede,
Punhos fechados,
Dentes cerrados,
Olhos raiados de sangue,
Boca crispada
Espelho (ob)escuro.

Cãozinho corre atrás do osso, corre, corre…

Silêncio
Silêncio na minha cabeça
O som da fúria,
Despejar de sentimentos humanos
Os que não haviam de ter sido inventados,
O ruído e silêncio num só,
Num só, cá dentro.

Criança que corre e ri, ri como se fosse a primeira vez, que o descobre. Corre para o sítio que quer, onde lhe der mais gana de ir…..

Sem comentários: