Reden mit eine esquizo an

- raios! Não gosto da minha pele.

- é impressão tua.

- deixa-te estar, que estás bem.

- pára quieto. Deixa-te de arranhar. Isso dói.

- esta pele irrita-me. Não é a minha.

- claro que é a tua. De quem é que deveria ser.

- estás a alucinar outra vez?

- estás outra vez a tripar? Tomaste os medicamentos?

- esta pele de cordeiro que me colocaram por cima da minha… aí que me irrita tanto. Faz-me comichão. Irrita-me até os sonhos. Raios! Como a quero arrancar tanto.

- au! Estás-me a magoar.

- pára com isso! Já te disse.

- bebe um pouco mais de uísque.

- ou fuma um charro que isso acalma.

- vocês não percebem… nunca perceberam nada. Se sentissem o mesmo que eu. Isto que percorre e cobre todo o meu corpo.

- não sentimos?
- não sentimos?

- não, não sentem. Estão mais preocupados com as razões que a razão desconhece, com as vozes que só falam com vocês, com as formas deformadas que encontram na face das pessoas com que nos deparamos nas ruas e não conseguem ver o mais óbvio. Esta pele de cordeiro que nos cobre.

- estás é a alucinar. Nós ouvimos vozes, é verdade, eu pelo menos não o nego, mas alucinar não é comigo, é contigo.

- toma mas é mais um comprimido que eu já começo também a escutar vozes… e elas dizem-me que sou uma besta dentro de um cavalo de Tróia… na verdade é mais num cordeirinho de Tróia.

- HAHAHAHAHA!... essa foi muito boa.

- também achei que tive muito bem.

- riam-se meus palhaços e companheiros da mesma vida, que eu vou continuar a esfolar-me, mesmo que não queiram…