segunda-feira, janeiro 17, 2005

Rios de Letras

Rios de letras
Palavras numa fila indiana de uma prosa
Monotonia do saber!

Onde está o mar daquele olhar?

Saudoso verde, em sublinhado
- O desconhecido dos navegadores
Seguros nele existir o fim do mundo –
Por debaixo de cada frase.

Desejo de uma ignorância
Correr atrás do infinito que nele se encerra,
Impossível mar,
Sem letras
Sem sabedoria
Sem teorias
Apenas o olhar
Ignorante da letra inscrita no livro.

Velejar não na crista da palavra
Voar não na rima de uma quadra
Gritar não juntamente com a personagem de um romance,
Mas:
Com estas mão,
Sem significados,
Sentir a água desaparecer,
Conter a respiração pela eternidade de uma vida
Reter apenas alguns segundos de um azul intenso.

Oferecer os molhados cabelos
Na delicadeza de uma toalha
Seca a pele que vestiu
Lamber as salgadas feridas do prazer.

De olhos bem fechados,
Pensando na escuridão dentro dela,
Sem nenhuma palavra para ler.

2 comentários:

Ciliegia disse...

Ai, o meu coração!
Não! Sério: gostei de ler, Onun.

;*)

Onun disse...

é sempre bom que alguem goste.. para além do autor :)