segunda-feira, dezembro 12, 2005

Muros que Encerram Mundos

Rodeado de valores,
Onde nada faz sentido,
O mundo tornou-se insignificante,
Poço sem fundo,
Vazio.

Com esses tijolos construí,
Interiores de ausência.

Isolado,
Por um muro sem limites nem valores,
Percorro sozinho as ruas sem rumo.

Por momentos esqueci a criança,
Em mim,
Aquela que me dizia alguns significados da vida,
Em forma de segredos.

Cedo aprendi com insignificâncias,
Neles encontrei significados,
Esquecidos quando adulto.

Nada faz sentido,
Disso adulto já sabia,
Sempre fiz disso o rumo certo dos meus passos,
Incertos a cada momento,
Inseguros sob chão firme,
Erráticos a cada momento,
Desorientados a escolher o caminho.

Hoje redescobri um dos segredos,
Uma voz de criança murmurou algo ao meu ouvido,
Já não me lembro,
Esqueci no segundo a seguir.

Voltei ao mundo dos adultos,
Cercado por ocos muros que encerram labirintos,
Por mim construídos,
Perdi-me dentro deles, e
Da criança que já fui, a
Que me sussurrava segredos ao ouvido.

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