Oposto
- o significado contrário –
de um prisioneiro e sua cela!
Noutra (não) cela, sem grades de ferro
- dissimuladas por vidros e armações de madeira com tinta a estalar –
cogitam cabeças
- fogem do sol como da chuva –
protegidos por brisas condicionadas a botões
botões que condicionam cabeças
- que cogitam –
como condicionar a brisa, que por sua vez
condicionará o botão
- ditador –
da condição destas cabeças?
Se não é uma prisão, porque se fala nela?
Consciência de que, afinal, todos estão enclausurados neste mundo
- e nos mundos imaginados?
Imaginação, ilusão, virtual
São tudo sinónimos,
Do mundo,
Dos outros que governam ou têm poder,
- ditador das realidades fictícias –
esta,
no papel branco debaixo de cada rabisco,
contêm-na
- a realidade –
que não é minha
ela
- a realidade –
está sempre a falar de,
para,
como,
porquê,
nela,
para quê essa realidade confinada a duas, quatro paredes,
foge do sol
- mas o calor impregna a sua pele –
o suor escorre e tilinta ao cair sobre o papel branco, como as paredes,
de uma não cela
aquela em que o prisioneiro também não o é
não existe m guardas para vigiar
nem horários para serem cumpridos
o telefone toca livremente
o computador vomita mensagens de um qualquer quarto de conversação
- parece que alguém está lá –
ele não, ele sente-se um (não) prisioneiro
- numa (não) cela –
e cogita
longe do sol que o aterroriza
da multidão a quem pretende dirigir-se
- bonecos na mão do ditador certo!
Seria bom que o sol já tivesse escondido,
Todos já tivessem regressado a casa, encerrados nas suas celas
- de papel e lápis –
ele prisioneiros por opção
agarrados a ela
- a realidade –
como uma cela o está para um prisioneiro
- que não o é –
mas pretendem sê-lo
- iguais!
quinta-feira, abril 29, 2004
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