quinta-feira, maio 06, 2004

Todos vestem mascaras (que não reconhecem)

(Tal como os grandes) também os pequenos,
Importantes ou meros banais desta vida
Todos vivem na mascara que não escolheram
Envelhecem e não reconhecem quem aparece por detrás do espelho
[quando se olham nele].

Para esses,
Indiferente é
[P] de maiúscula ou [p] de minúscula
Pensador ou poeta
Parvalhão ou palerma
Pessoa ou personagem,
Todos escondem-se da luz que os banha,
[as falsas faces que apresentam em público]
Um dia acordam e esquecem-se de vesti-la,
Sentem-se mal, nus e não se identificam com a face que vêm reflectidas nas poças de água.

Alguns dizem que só aqueles que removem as máscaras,
As vêem,
[e sentem]
a angústia,
de que serve saber isso
[se nenhuma felicidade traz]?

Despojam-se da máscara,
Aquela que descobre a sua falsidade como identidade
E forjam outra
[a aço e carvão na esperança de não cair]
mas nada disso os consola.

O erro está feito,
A lívida face
[onde os raios não penetram]
toma consciência da sua nudez
[falsamente descoberta],
e comove-se com o seu isolamento
[do mundo exterior]
e não pára de largar lágrimas
[as que descolam as permanentes –novas- máscaras].

Não são apenas os homens,
De P grande
Que sentem isso,
Basta uma cair
[as máscaras]
que as outras caem como as folhas de Outono,
castanhas e murchas,
umas a seguir as outras,
até nenhuma restar
[até ao Outono próximo].

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