quinta-feira, julho 08, 2004

Movimento Oprimido na sua Imobilidade

Movimentos consecutivamente
- repetidamente –
Número que não anda
- permanece o mesmo –
Passos diferentes,
Num espaço sempre igual,
- pessoas passeiam
Com rumo determinado
Eu é que não sei qual é!

Ninguém cumprimenta o outro,
Nenhuma palavra é trocada,
Apenas olhares,
- de esguelha –
(in)tímidos,
Desajeitados na sua tentativa de segredo.

Sentado sobre o desespero,
Na angústia que surge no entremeio,
Pequeno brilho de túnel
- metáfora da vida -
Janela por onde a luz que enche os pulmões entra
Permanece muda
- perante tanto desejo oprimido!

A fuga para a frente,
Impossibilitada pela moral,
Do compromisso aceite,
De não olvidar!

De pernas cruzadas,
Virado para o desejo,
- invisível –
Mudo de movimentos,
-e surdo a outras imagens –
Retém a lenta cadência de um relógio,
- pendurado numa extensa parede –
Isolado, como todos
No meio de tanto espaço inutilizado
- a usar por ninguém!

1 comentário:

Ciliegia disse...

Sê bem-vindo.*