sábado, outubro 16, 2004

Diferentes velocidade



Imagina um mundo em que estás sentado e o que te rodeia passa a uma velocidade muito superior aquela que podes compreender, integrar, percepcionar e até mesmo interagir.
As pessoas são vultos velozes que deixam atrás de si sombras de arrasto intermináveis que apenas assinalam a sua passagem.
Ao pé deles és uma lesma em movimento. Tu e eles olham-se com ar perplexo repleto de curiosidade.
Junta a isso tudo uma música de fundo com algum ritmo, um baixo poderosos mas que não arrebata os outros instrumentos e uma melodia que te cativa os movimentos. Tudo parece alheio a ti. Na verdade ninguém sabe de ninguém, ninguém se preocupa em olhar para o lado ou para os outros, apenas para os seus destinos. Se tu existes para eles, é porque lhes foste um obstáculo no seu caminho, aquele que traçaram mentalmente como objectivo. Fora desses contratempos, tu não existes, ninguém existe.
Isto acontece num corredor de passagem de um aeroporto, quando não dormiste nada e estás pregado no primeiro sofá livre que encontraste, puseste os phones nos ouvidos para que o som das pessoas e dos altifalantes não te incomode e ficas apenas a olhar as pessoas que passam cheias de pressa para um lugar qualquer que definiram como o seu destino, enquanto tu aguardas que venha o teu tempo.

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