quarta-feira, dezembro 08, 2004

Círculos de (in)comunidade

Virados de costas!
- talvez não,
não estaria correcto -.

Caminhavam em sentidos opostos!
- creio que também não,
não era isso -.

Pertenciam a mundos distintos,
Onde se cruzavam,
Por breves instantes,
Na zona de intercepção dos círculos.

Olhavam
E reconheciam-se,
Cruzavam
E impregnavam-se.

Depois,
Só restava o cheiro.
Cada qual,
Inserido no seu circulo,
Com outras intercepções,
Nenhuma em comum,
Nesses instantes,
Tal como de comum,
O tinham,
Nos outros.

Na verdade,
Nada disto é correcto.
Se cada instante fosse um circulo,
Daí se concluía que existem,
Círculos comuns e incomuns,
Que cada qual tem a sua importância,
Devida,
Como cada um a quer.
Se assim o é,
Não existem mundos distintos,
Mas círculos momentâneos,
Não partilhados,
Num mundo comum.

2 comentários:

Ciliegia disse...

É verdade, Onun!
Eu sou um mundo de bolinhas!
(Desculpa estar sempre a comentar.)
;*)

Onun disse...

és sempre bem vinda...